quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Super 8



Este filme de J,J. Adams (criador da série Lost, entre muitas outras coisas) foi das maiores surpresas que tive este ano. Penso que desde que vi o Cloverfield (curiosamente produzido por Adams) que poucos filmes recentes de Sci-Fi conseguiram simultaneamente divertir-me e respeitar-me intelectualmente. Mesclando na perfeição um argumento sólido e uma óptima produção e realização, resultando num blockbuster de qualidade (ufa, que já cá faltava algo assim).

Realização e fotografia

Muitas das críticas que têm feito a Adams são fundadas: ele demonstra a grande influência que sofreu de Spielberg, do ponto de vista de enquadramentos, realização, narrativa visual e fotografia. Facilmente o espectador mais desatento poderia pensar estar a ver um bom filme de Spielberg. Se alguns o criticam por essa proximidade, para mim, que sempre fui fã do trabalho de Spielberg, considero-o um elogio a Adams.

Conceito

Não entrando em pormenores do ponto de vista de história, o que posso dizer é que, o filme me parece um brilhante cruzamento entre "Goonies" e "Cloverfield". Não estranhem a mistura: a realidade é que "Super 8" consegue misturar a dinâmica e a narrativa típicas dos bons filmes Fantásticos dos anos 80, com o aspecto pré-teen de aventura de Goonies, com o mistério e o sci-fi brilhante de "Cloverfield".

Elenco

À semelhança de "Goonies", também "Super 8" tem como protagonistas uma série de child/teen actors, dos quais ressalto as interpretações de Elle Fanning, irmã mais nova de Dakota, e a quem prefiguro uma carreira brilhante, Joel Courtney, o verdadeiro protagonista, e Riley Griffiths, o personagem secundário do filme, que interpreta um jovem estudante de liceu que está a filmar um filme noir de zombies. Estes dois últimos tiveram a sua estreia no cinema neste filme, e a meu ver, uma estreia que augura carreiras promissoras.


Aconselho-vos vivamente a deslocarem-se ao cinema para o ver: é sem dúvida um dos grandes filmes de Sci-fi do novo milénio, que só falha, para mim, no mesmo ponto em que critico os filmes de Spielberg: com o condão de ter finais "suavizados" do ponto de vista da narrativa, independentemente do dramatismo/violência/mistério de todo o filme. Não que esta suavidade estrague a experiência que é ver este filme, apenas traz de volta aquela doçura dos finais de Spielberg, a que a mim, um fã acérrimo de bad endings, me irrita.

Classificação